segunda-feira, 30 de maio de 2011


Você provavelmente já ouviu falar em realidade holográfica e talvez tenha se perguntado, qual a importância que ela tem em nossa vida comum, cotidiana.
Afirmar que a realidade é holográfica significa compreender que tudo existe simultaneamente em um espaço unitário. A totalidade do universo é um grande holograma, do qual somos uma parte constituinte. Com nossa mente consciente somos capazes de captar apenas uma pequena parte desta totalidade, em um lugar e tempo específicos. Estamos limitados pelo tempo e pelo espaço.
Para acessarmos outras partes do holograma, precisamos nos deslocar no espaço ou no tempo. Um exemplo comum de um deslocamento no tempo é a experiência  de quando retornamos a um lugar em que vivemos quando éramos muito pequenos  Temos uma memória deste lugar como algo grande, da nossa perspectiva infantil. Ao retornar como adultos para este mesmo lugar, experienciamos este lugar como bem menor do que lembrávamos. Isto porque nos deslocamos no tempo, à medida que avançamos em idade.
Da mesma forma, quando olhamos para um panorama do quarto andar de um prédio, temos uma amplitude de visão que é muito menor do que se olharmos para este mesmo panorama do trigésimo andar. O panorama continua o mesmo, nós apenas nos deslocamos no espaço.
Quando nos deslocamos no tempo ou no espaço, nossa perspectiva se altera. O mesmo acontece na esfera psico-emocional. Quando olhamos para uma experiência emocional de um espaço ou tempo diferente daqueles em que vivenciamos um fato, podemos ter uma compreensão mais abrangente e recursos adicionais para uma solução mais apropriada.
Mas a importância maior da abordagem holográfica é a compreensão de que tudo está conectado energeticamente, como em uma imensa rede, também chamada de Campo Unificado de Consciência. Estando fora do tempo e do espaço, a realidade holográfica abarca as infinitas possibilidades resultantes do entrelaçamento do passado, presente e futuro. Tudo é real em algum ponto do holograma.
Isto significa que, ao acessarmos uma determinada conexão na rede holográfica, estamos conectados energeticamente com todas as demais pessoas que fazem parte desta conexão. Comumente não estamos cientes desta conexão, pois isto tornaria nossa vida cotidiana insuportável. A função primordial dos mecanismos psicológicos de defesa é eliminar da mente consciente aquilo que nos impede de levar nossa vida adiante. Mas quanto mais uso eu faço deles, quanto mais situações eu excluo da mente consciente, mais limitado fica meu espaço de vida, mais restrita fica minha vida consciente.
Quando deslocamos nosso foco de consciência para fora do tempo e do espaço, podemos acessar estas conexões e aprender com elas no momento presente. Quando queremos compreender mais profundamente um sintoma emocional, podemos levar nossa consciência pela linha do tempo para o momento de sua origem e, assim, ter uma visão mais precisa da situação e das pessoas envolvidas. Ao fazer isto, podemos compreender melhor o que estava envolvido na situação, reformular nossa escolha, mudar a crença limitadora resultante e recuperar a energia que ficou aprisionada. Ao fazermos isto, atualizamos nosso espaço vivencial no aqui e agora. Ampliamos nossa consciência.
Quando deslocamos nosso foco de consciência para um evento passado, desta ou de outras vidas, acessamos o campo energético deste evento e podemos olhar para ele de outra perspectiva. Podemos nos colocar no lugar das outras pessoas envolvidas e olhar para a situação a partir da perspectiva delas e, ao reunir todas estas informações em um mesmo instante, aqui e agora, podemos adquirir uma compreensão mais abrangente e ver aspectos que estavam presentes então, mas que não vimos, porque não dispúnhamos das informações necessárias.
Pelo fato da realidade ser holográfica, quando uma pessoa transforma algo em si, ela também libera todas as pessoas envolvidas. Ao desfazer o emaranhado energético que se formou naquele momento, um emaranhado energético constituído das emoções e crenças de todas as pessoas envolvidas, estamos liberando não apenas a nossa energia e nosso espaço vital, mas simultaneamente a energia e o espaço vital de todas as pessoas envolvidas.
Esta é uma boa razão para cada um/a se empenhar em limpar o seu campo energético, pois com isto estaremos afetando toda a humanidade e participando da criação de um mundo melhor.

sexta-feira, 27 de maio de 2011






O Universo como um Holograma


Existe uma Realidade Objetiva ou o Universo é um Fantasma?


Em 1982 ocorreu um fato muito importante. Na Universidade de Paris uma equipe de pesquisa liderada pelo físico Alain Aspect, realizou o que pode tornar-se a mais importante experiência do século XX. Você não ouviu falar sobre isto nas notícias da noite. De fato, a menos que você tenha o hábito de ler jornais e revistas científicas, você provavelmente nunca ouviu falar no nome de Aspect. E há muitos que pensam que o que ele descobriu pode mudar a face da ciência.
Aspect e a sua equipe descobriram que sob certas circunstâncias, partículas sub atómicas como os elétrons são capazes de, instantaneamente, comunicarem-se uns com os outros a despeito da distância que os separe. Não importa se esta distância é de 10 km ou de 10 bilhões de km. De alguma forma uma partícula sabe sempre o que a outra está  fazendo. O problema com esta descoberta é que isto viola a por muito tempo sustentada afirmação de Einstein que nenhuma comunicação pode viajar mais rápido que a velocidade da luz. E como viajar mais rápido que a velocidade da luz é o objetivo máximo para quebrar a barreira do tempo, este fato estonteante tem feito com que muitos físicos tentem descartar, com maneiras elaboradas, as conclusões de Aspect. Mas também têm proporcionado que outros busquem explicações mais radicais.
O físico da Universidade de Londres, David Bohm, por exemplo, acredita que as descobertas de Aspect implicam que a realidade objetiva não existe, que, a despeito da aparente solidez, o Universo está no coração de um holograma fantástico, gigantesco e extremamente detalhado.
Para entender porque Bohm faz esta afirmação surpreendente, temos primeiro que saber um pouco sobre hologramas. Um holograma é uma fotografia tridimensional feita com a ajuda de um laser. Para fazer um holograma, o objeto a ser fotografado é primeiro banhado com a luz de um raio laser. Então um segundo raio laser é colocado fora da luz refletida do primeiro e o padrão resultante da interferência (a área aonde se combinam estes dois raios lasers) é capturada no filme. Quando o filme é revelado, parece um redemoinho de luzes e linhas escuras. Mas logo que este filme é iluminado por um terceiro raio laser, aparece a imagem tridimensional do objeto original.
A tridimensionalidade destas imagens não é a única característica importante dos hologramas. Se o holograma de uma rosa é cortado pela metade e então iluminado por um laser, em cada metade ainda será encontrada uma imagem da rosa inteira. E mesmo que seja novamente dividida cada parte do filme sempre apresentará uma menor, mas ainda intacta versão da imagem original. Diferente das fotografias normais, cada parte de um holograma contém toda a informação possuída pelo todo.
A natureza de "todo em cada parte" de um holograma proporciona-nos uma maneira inteiramente nova de entender organização e ordem. Durante a maior parte da sua história, a ciência ocidental tem trabalhado dentro de um conceito que a melhor maneira para entender um fenômeno físico, seja ele um sapo ou um átomo, é dissecá-lo e estudar as suas partes respectivas. Um holograma ensina-nos que muitas coisas no Universo não podem ser conduzidas por esta abordagem. Se tentamos tomar alguma coisa à parte, alguma coisa construída holograficamente, não obteremos as peças da qual esta coisa é feita, obteremos apenas inteiros menores.
Este "insight" é o sugerido por Bohm como outra forma de compreender os aspectos da descoberta de Aspect. Bohm acredita que a razão que habilita as subpartículas a permanecerem em contato umas com as outras a despeito da distância que as separa não é porque elas estejam  enviando algum tipo de sinal misterioso, mas porque esta separação é uma ilusão. Ele argumenta que num nível mais profundo da realidade estas partículas não são entidades individuais, mas são extensões da mesma coisa fundamental.
Para capacitar as pessoas a melhor visualizarem o que ele quer dizer, Bohm oferece a seguinte ilustração: imagine um aquário que contém um peixe. Imagine também que você não é capaz de ver este aquário diretamente e o seu conhecimento deste aquário dá-se por meio de duas câmaras de televisão, uma dirigida para o lado da frente e outra à parte lateral.
Quando você fica a observar atentamente os dois monitores, você acaba por presumir que o peixe de cada uma das telas é uma entidade individual. Isto porque, como as câmaras foram colocadas em ângulos diferentes, cada uma das imagens será também ligeiramente diferente. Mas se você continua a olhar para os dois peixes, você acaba por adquirir a consciência de que há uma relação entre eles. Quando um se vira, o outro faz uma volta correspondente apenas ligeiramente diferente; quando um se coloca de frente para a frente, o outro se coloca de frente para o lado. Se você não sabe das angulações das câmaras você pode ser levado a concluir que os peixes estão a inter comunicar-se, apesar de claramente este não ser o caso.
Isto, diz Bohm, é precisamente o que acontece com as partículas sub atómicas na experiência de Aspect. Segundo Bohm, a aparente ligação "mais-rápido-do-que-a-luz" entre as partículas sub atómicas  diz-nos que realmente existe um nível de realidade mais profundo da qual não estamos privados, uma dimensão mais complexa além da nossa própria que é análoga ao aquário. E ele acrescenta: vemos objetos como estas partículas sub atómicas como se estivessem separadas umas das outras porque estamos vendo apenas uma porção da realidade delas. Estas partículas não são partes separadas mas sim facetas de uma unidade mais profunda e mais subliminar que é holográfica e indivisível como a rosa previamente mencionada. E como tudo na realidade física está compreendido dentro destes "eidolons", o próprio universo é uma projeção, um holograma!
Em adição a esta natureza fantástica, este universo possuiria outras características surpreendentes. Se a aparente separação das partículas sub atómicas é uma ilusão, isto significa que em nível mais profundo de realidade todas as coisas do universo estão infinitamente inter conectadas.
Os elétrons num átomo de carbono no cérebro humano estão inter conectados com as partículas sub atómicas que compreendem cada peixe que nada, cada coração que bate, e cada estrela que brilha no céu.
Tudo interpenetra tudo e embora a natureza humana possa buscar categorizar como um pombal e subdividir os vários fenómenos do universo, todos os aportes, toda esta necessidade é de fato artificial e todas de natureza que é finalmente uma rede sem sentido.
Em um universo holográfico, mesmo o tempo e o espaço não podem mais ser vistos como fundamentais. Porque conceitos como localização se quebram diante de um universo em que nada está verdadeiramente separado de nada, tempo e espaço tridimensional, como as imagens dos peixes nos monitores, também podem ser vistos como projeções de ordem mais profunda.
Este tipo de realidade a nível mais profundo é um tipo de super holograma no qual o passado, o presente, o futuro existem simultaneamente. Sugere que tendo as ferramentas apropriadas pode ser algum dia possível entrar dentro deste nível de realidade super holográfica e trazer cenas do passado há muito esquecido. Seja o que for que o super holograma contenha, é ainda uma questão em aberto. Pode-se até admitir, por amor a argumentação, que o super holograma é a matriz que deu nascimento a tudo em nosso universo e no mínimo contém cada partícula sub atómica que existe ou existirá - cada configuração da matéria e energia que é possível, de flocos de neve a quasares, de baleias azuis aos raios gama, deve ser visto como um tipo de "depósito" de "Tudo o que é".

segunda-feira, 23 de maio de 2011

OS CINCO VENENOS MENTAIS E AS CINCO SABEDORIAS



Venenos mentais
Sabedorias
Akshobhya
Raiva ou ódio
Sabedoria clara como espelho
Ratnasambhava
Orgulho ou ego
Equanimidade
Amitabha
Desejo ou luxúria
Sabedoria discriminativa
Amogasiddhi
Inveja ou ciúmes
Sabedoria que tudo realiza
Vairochana
Ignorância ou delusão
Natureza da mente (dharmadatu)
O primeiro, que parece ser mais poderoso, é a raiva. A raiva é uma emoção que surge e se desenvolve contra alguém ou algo que não gostamos. Se analisado com cuidado, a raiva traz dor a curto prazo e graves prejuízos a longo prazo. A dor imediata e o dano futuro são para si mesmo e para os outros.
Quando a raiva é purificada passamos a desenvolver uma sabedoria clara como espelho. Assim, não há distinção entre o eu, o outro e os outros fenômenos. Tudo é vivido em união e harmonia. Ele é assim chamado porque os fenômenos aparecem à mente da mesma forma que as coisas aparecem em um espelho limpo: totalmente precisos e sem distorção. Compreender e realizar essa sabedoria aparece na ausência de emoções negativas como a raiva e o ódio e é simbolizada pelo Buda Akshobhya. Sua atividade é pacificar as emoções, em particular, o sofrimento, a doença, a frustração e a tristeza.
A segunda emoção negativa é o orgulho ou ego. O ego é a crença em um "eu" que desenvolvemos desde o nascimento logo que nossa mente pensa de si mesmo como separado dos outros. Os próximos três tipos de orgulho que evoluem nesse processo de egocentrismo são:

(1) Nós sentimos que somos melhores do que outros que estão em uma situação menos favorável,
(2) sentimos que somos superiores aos outros porque não conseguimos ver a igualdade de nós mesmos e outros e
(3) sentimos que estamos, ou espiritualmente ou materialmente, melhor do que outros.

O que nos levaria a embarcar na viagem do ego? Quando o eu acredita que é separado dos outros, a emoção negativa do orgulho surge na crença de sermos melhores do que os outros. Desde então, passamos a acreditar na existência de coisas "boas", que acreditamos e fazemos, e coisas "más", que os outros acreditam e fazem. Enquanto nós acreditarmos que somos superiores aos outros é impossível aprender com eles. Portanto, temos de abandonar o apego ao ego para desenvolver qualidades iluminadas. Uma mente purificada não faz distinção entre o puro e o impuro, bom e mau, eu e outros, mas sim experiencia todas as coisas em igualdade. Assim, quando somos livres do orgulho, realizamos a sabedoria da equanimidade que é simbolizada pelo Buda Ratnasambhava.
A terceira emoção perturbadora é relativa ao apego ou desejo. O desejo causa muito sofrimento por ser bastante perturbador e mantém a mente inquieta e ocupada. Por quê? Quando estamos ligados às coisas nunca estamos satisfeitos e sempre ansiamos por mais e melhores coisas. Estamos continuamente empenhados na realização e aquisição de desejos da mente e, com isso, experienciamos perdas e insatisfações em nossas vidas.
Quando eliminamos tal emoção negativa, a sabedoria discriminativa (Buda Amitabha) surge. É com esta sabedoria que desenvolvemos empatia com cada ser vivo e apreciamos as qualidades dos outros. Essa natureza se caracteriza pela falta de apego/desejo e sua atividade é magnetizante.
A quarta emoção negativa é a inveja, que inclui estar com inveja das riquezas, sucesso e boa sorte alheias. A inveja previne e impede um indivíduo de realizar o seu próprio bem-estar e, como resultado, ele experiencia mais sofrimento e continua a desenvolver ainda mais inveja para com aqueles que têm mais. Esta é a razão para que a sabedoria realizadora (Buda Amogasiddhi) é experienciada na ausência da inveja, isto é, quando a inveja é removida todos os desejos são naturalmente e sem esforços realizados.
A quinta emoção negativa é a ignorância. Ignorância é não reconhecer o que é salutar e a realidade última. A ignorância é a raiz das emoções negativas, de modo que, por exemplo, é somente por ignorância que estamos com raiva. Só agimos agressivamente em relação aos outros porque somos ignorantes em compreender que a raiva só traz dor e tristeza para si mesmo e aos outros. Da mesma forma, só é devido à ignorância que se tem orgulho, desejo e inveja.
A eliminação da escuridão da ignorância é a realização de Buda Vairocana. A sabedoria que brilha quando superamos a ignorância é a realização da natureza da mente que tudo abrange além dos extremos.

Em www.budismotibetanovajrayana.blogspot.com


domingo, 22 de maio de 2011

Com que olhos você vê?



...Ela entrou, sentou no meu divã e disse: " Acho que estou ficando louca"!
Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais de sua loucura.
Disse: um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões é uma alegria!
Entretanto, faz uns dias... fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas... algo banal... mas eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados... a luz se refletindo neles...tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral da catedral gótica. De repente a cebola se transformou em "obra de arte" o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões...
Agora, tudo o que vejo me causa espanto!!!
Ela se calou..esperando meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e tirei as "odes elementares" de Pablo Ner uda. Procurei a "ode da cebola" e lhe disse: ..essa perturbação ocular que a cometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola "rosa de água com escamas de cristal". ..então..viu??..não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta(...).
Ver é muito complicado. Isso é estranho, porque os olhos são, de todos os órgãos dos sentidos, os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física ótica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro.
Mas há algo na visão que não pertence à física. Willian Blake sabia disso e afirmou: "A árvore que um sábio vê, não é a mesma que vê o tolo". Uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um Ipê que florescia porque sujava a frente de sua casa. Seus olhos não viam a beleza, mas o lixo!
Adélia Prado disse: "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra". Drummond viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.
Há muitas pessoas de visão perfeita que não vêem. Não é bastante não ser cego para ver as coisas e as flores. "Não é o bastante abrir a janela para ver os campos e os rios " escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural..precisa ser aprendido. O ZEn-budismo concorda que toda a espiritualidade é uma busca da experiência chamada "Satori"... ou o "terceiro olho".
A diferença está no lugar onde os olhos são guardados. Se na caixa de ferramentas, são usados apenas como ferramentas numa função prática. Mas..se guardados numa "caixa de brinquedos", eles se transformam em órgãos do prazer... são como olhos de criança.

Texto extraído da seção Sinapse do JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO, publicado em 26.10.2004.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

SUCHNESS




Amado Osho,
Há uma palavra que freqüentemente me tem tocado muito profundamente. Só me lembrar dela de vez em quando, parece poder curar feridas, e traz tranqüilidade e contentamento. Essa palavra é suchness. Você poderia falar sobre suchness?
        

Esta é uma das palavras mais significativas de todas as línguas. Ela surgiu com Gautama, o Buda. A língua que Buda usava era o Páli. Ela está morta; não é mais uma língua viva. Mas algumas de suas palavras eram tão importantes, que permaneceram vivas em outras línguas.
         A palavra do Páli correspondente a suchness... – porque suchness é apenas uma tradução desta palavra; em Inglês nunca houve ninguém que tenha usado esta palavra ou experienciado o sabor desta palavra. A palavra do Páli é ‘tathata’.  E, devido à palavra ‘tathata’, um dos nomes de Gautama, o Buda, é Tathagata. Ele foi o primeiro a usar essa palavra e a lhe dar tanto significado e profundidade.
          A palavra inglesa suchness traduz perfeitamente a palavra páli ‘tathata’. Se você compreender seu significado... apenas a simples compreensão da palavra, certamente lhe trará uma grande cura, um grande silêncio, grande paz. Mas tente compreender a partir de Gautama, o Buda, porque ele é a fonte original desse significado.
           (...)
           A abordagem de Buda era esta: “O que quer que aconteça, permita que aconteça, e aceite com a totalidade do seu coração. É assim que a existência quer que seja. Permaneça nessa atitude de suchness... tal é o desejo do todo, e eu sou parte do todo; não posso ir contra o desejo do todo.”.
          Certamente, se você compreender isso, você terá um tremendo insight e isso será de muita ajuda nas suas meditações.  Essa compreensão lhe ajudará a não resistir à existência, a não lutar contra a corrente, mas a fluir com a corrente. Permita que o rio lhe conduza ao oceano.
          Sadhan, você está certo quando diz: “Há uma palavra que freqüentemente me tem tocado muito profundamente. Só me lembrar dela de vez em quando, parece poder curar feridas, e traz tranqüilidade e contentamento. Essa palavra é suchness.”.

           Tente, em momentos de perturbação, em momentos de dor, em momentos de sofrimento. Nas noites mais escuras de sua vida, tente: “Tal é a vontade da existência, e eu sou parte dela. Vou me relaxar com ela. Se esta é a vontade do todo, assim será.”.
          (...)
          Assim, lembre-se – não como uma palavra, mas como um sentimento – suchness. Então, não haverá nenhum ressentimento, nenhuma lamentação, nenhum desejo de que as coisas sejam diferentes do que são. Surge uma tremenda aceitação. Essa aceitação é a real e autêntica religiosidade.
 OSHO, The Razor’s Edge, # 9

O Impacto negativo do noticiário


 
Texto de André Lima em www.eftbr.com.br
 
Estava eu dentro de um táxi indo para o aeroporto ministrar um curso em São Paulo enquanto o taxista ouvia um programa de rádio popular. Em poucos minutos eu ouvi notícias de: assalto, sequestro relâmpago, acidente de carro com vítima, acidente sem vítima, engarrafamento, um caso de corrupção, avanço da dengue, o absurdo dos impostos e mais umas coisas que nem lembro mais.
                De repente, depois de tanta negatividade, o locutor anunciou o tema de um programa que iria acontecer no final da manhã: “Como ser feliz. O que fazer para ser livrar da negatividade? Com manter os pensamentos otimistas? Como encontrar a verdadeira felicidade? O que fazer para uma vida mais alegre, plena. Não percam...”. Eu comecei a rir porque parecia até piada. Depois de uma enxurrada de notícias terríveis que certamente contribuíram para deixar todos ansiosos e pessimistas, o programa ia ensinar as pessoas a serem felizes.
                Algumas pessoas dizem que precisamos ler as notícias para saber o que está se passando pois temos que ver a “realidade”. Mas o que o noticiário passa não é a realidade completa. É uma parte da realidade. A pior parte dela.
                O que vemos na mídia é um filtro do que acontece. Existe todo o tipo de notícia acontecendo o tempo inteiro, coisas boas e ruins. Mas, infelizmente, o ser humano, pela própria negatividade que carrega dentro de si, se sente atraído pelas más notícias. Os meios de comunicação são feitos por seres humanos que também tem essa mesma tendência, e precisam dar o que a maioria quer para poder ter audiência.
                De tanto vermos as piores notícias, vamos internalizando uma certeza cada vez maior de que o mundo é muito violento, que não tem jeito, que tudo vai se acabar, que hoje não é mais como era antigamente, que a corrupção não tem fim, que os preços estão pela hora da morte, e etc...
Não é que coisas ruins não existam. É claro que existem. Entretanto, ficamos com uma impressão que a realidade é muito pior do que o que realmente é, pois as notícias são selecionadas. Não importa o quanto de coisa boa aconteça, os jornais vão noticiar sempre mais noticias ruins do que boas.
Dando um chute estatístico (é chute mesmo, pois não fiz pesquisa pra isso), talvez  em média 30% das notícias sejam boas ou neutras e 70% tem conteúdo negativo. Seria possível se alguém quisesse, criar um jornal somente com noticias horríveis, como também seria possível criar um somente com noticias ótimas. E isso teria um intenso efeito sobre como percebemos a realidade.
Imagine então como seria se os jornais invertesse os percentuais e reservassem 80% do tempo para noticiar coisas boas: projetos, realizações, iniciativas em andamento para melhorar a saúde, educação, pessoas que alcançaram grandes objetivos e etc... Como seria a nossa percepção da realidade? Certamente seriamos uma sociedade bem mais otimista e teríamos uma sensação maior de segurança e bem estar, o que certamente iria gerar mais segurança e bem estar.
           
     Essa atração pelas noticias negativas, que provoca um misto de prazer e sofrimento, é causada pelos sentimentos negativos que nós acumulamos durante a vida. É como se o nosso sofrimento interior tivesse vida própria e desejasse se alimentar. Esse sofrimento guia muitas de nossas ações e desejos, e nós, de forma inconsciente ou semi consciente, nos deixamos guiar. A nossa negatividade interior então “bebe” do sofrimento das notícias e se fortalece. Observe esse processo em você e em outras pessoas, quando achamos irresistível ouvir uma noticia trágica. Nos acidentes de transito, vejo as pessoas andando mais devagar com o carro, atrapalhando o fluxo, só para ver o acidente mais de perto. Se tiver uma vítima estirada no chão, fica ainda pior.
                As tragédias que vemos na televisão nos deixam marcas emocionais. Não bastasse nossos próprios dramas familiares e com as pessoas próximas, acabamos por nos causar pequenos e as vezes grandes traumas por absorver e nos emocionarmos com sofrimento de terceiros. Geramos mais raiva, tristeza, culpa e outros sentimentos para nós mesmo. A quem isso ajuda? A ninguém. Pelo contrário, aumentando o sofrimento individual estamos aumentando o sofrimento coletivo, pois nos influenciamos uns aos outros de forma involuntária. Como terapeuta, eu já precisei tratar em alguns clientes, utlizando a EFT, sentimentos negativos guardados de noticias na televisão e jornal. O noticiário é certamente um grande contribuidor para o pessimismo, depressão, pânico e diversos outros problemas. Observe então o quanto nos fazemos mal, chegando ao ponto de algumas pessoas precisarem levar esse traumas absorvidos para o atendimento terapeutico.
                Quando fui tomando consciência disso, fui me afastando cada vez mais das notíciais. Já tem alguns anos que não leio jornais (só vejo a parte de cultura e entretenimento) nem vejo noticiários de televisão. O que percebi é que não fazem a mínima falta. Comecei a dar atenção aos programas, livros e notícias positivas. Isso realmente melhorou bastante meus pensamentos, que acabaram influenciando minhas ações me trouxe mais bem estar.
                Antes eu assistia a tudo e era um pessimista. Mas eu não achava isso.  Dizia que eu era um realista bem informado. Realista nada, pois as notícias que vemos não são a realidade total, é apenas uma parte.
                É isso que recomendo a todos. Não espere que a televisão ou o jornal mude. Comece a escolher voluntariamente o que assistir para se afastar da negatividade. Boa parte das vezes será necessário desligar a TV e não ver nada mesmo. Vão surgir pensamentos e vontades para levar você a se manter no antigo padrão. Entenda que é apenas a sua negatividade interior querendo se alimentar. Mas agora que você tem consciência disso, ficará mais fácil não ceder . Ela vai tentar lhe convencer que você precisa estar bem informado, que vai virar um alienado, que é importante assistir ao noticiário.
                Os dois mundos existem ao mesmo tempo: o da negatividade e o das coisas positivas. A qual dos dois você quer estar mais ligado? Faça uma mudança de forma consciente para se ligar à parte positiva.
                Vou começar recomendando o Jornal Alternativo. É gratuito, e pode ler que só tem noticia boa, tem uma ótima newsletter pra receber por email:
                Tem sempre um conteúdo interessante que é enviado a cada 15 dias, por isso não fica enchendo a caixa de e-mail. Optar por receber um material como esse é cuidar de si mesmo. Ultimamente tenho optado por receber materiais como esse, de excelente nível, e é sempre um alimento para alma.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

AFORMAÇÕES


O que são aformações?

Texto de Mauro Muller (http://mauromuller.wordpress.com)

Venho falando muito sobre as aformações e ainda não tinha revelado à vocês esse segredo.  A maioria de nós conhece “O Segredo” e a forma que devemos  trabalhar com ele usando o que vou chamar de “afirmações”, por exemplo:
  • Eu sou rico.
  • Eu sou suficiente.
  • Eu sou despreocupado.
  • Eu tenho muito dinheiro.
Da mesma forma que acontece comigo e muitos que conheço, esse método não funciona da forma que queremos, não que seja errado o processo, nós não estamos prontos para ele. Porque? No fundo não acreditamos nas “afirmações” e como conseqüência, embora possamos ficar horas pensando, continuamos a enviar ao Universo justamente o contrário do que estamos afirmando, ou seja, as velhas “crenças” no comando, não estamos na Presença de Deus. Mas o que são crenças? Tudo aquilo que nos afasta da Presença de Deus como: doença, escassez de  dinheiro, relacionamentos ruins, infelicidade, etc. O que realmente emitimos ao Universo ao praticar as “afirmações” anteriores:
  • Eu sou pobre
  • Eu não sou suficiente
  • Eu sou preocupado
  • Eu tenho pouco dinheiro
Embora a mente consciente afirme que está pensando positivo, vamos continuar a enviar ao Universo os mesmos sinais. Pela Lei da Atração, aquilo que pensamos, nós atraimos.  Se acreditassemos nas “afirmações” com certeza não estaríamos aqui lendo este texto e todos os nossos desejos se manifestariam tranquilamente..
Você pode me dizer, mas eu acredito piamente nas “afirmações”, sigo todos os passos de “O Segredo”, sigo todos os passos de “Abraham Hicks” e as coisas não acontecem. Por que?
Com meus estudos recentes, afirmo que boa parte de nossa mente fica submersa, aquela parte que desconhecemos, a mente subconsciente, e é justamente essa parte da mente que precisamos trabalhar, pois é ela que emite para o Universo aquilo que supostamente “desejamos”, é ela que tem as “crenças” que geralmente estão no comando e é ela que faz a “vida” se  manifestar. Se não tivessemos as “crenças” tudo que desejamos, mente consciente, seria manifestado, simples assim.
Quando damos à ela uma pergunta tipo “Por que sou pobre?”, ela imediatamente, já possuidora da resposta, nos mantém na pobreza e continua “rodando” as velhas crenças que persistem no “comando”. “Por que estou tão doente?”, “Por que estou tão preocupado?” e por ai vai, aquilo que persiste, perdura.
Ah, você deve ter percebido que mudei de afirmações para perguntas, mas é o que acontece quando fazemos as afirmações do tipo  “Eu sou rico”. Na verdade estamos persistindo na pergunta “Por que sou pobre?” e como é uma “pergunta” conhecida, a resposta vem imediatamente. Voce, não acreditando na “afirmação”, acaba se auto-sabotando e tudo continua do mesmo jeito.
Opa, neste caso, a resposta vem imediatamente? Sim.
Então, será que existe alguma forma de fazer perguntas e obter “respostas” diferentes? Sim, existe uma forma de “fazer” a mente subconsciente “trabalhar” a nosso favor. Quando voce usa isso que segue abaixo, voce tira o controle das “crenças” e a resposta vem por Inspiração Divina, intuição. Ou seja, na verdade essa forma tem como objetivo tirar o comando das crenças que estão todos na mente subconsciente.
Um dia navegando pela internet, eu me deparei com as “afformations”, aformações.
As “aformações” nos permitem mudar o foco da mente, uma pergunta que ela realmente não sabe a resposta, como por exemplo: “Por que sou tão rico?”, “Por que sou tão feliz?” e por ai vai, como a mente subconsciente não sabe a resposta, essa resposta vem através de Inspiração Divina para a mente consciente que envia à mente subconsciente, as crenças simplesmente perdem o controle, pois a mente subconsciente só tem dados referentes à “realidade” atual que elas tem mantido. A Mente Consciente sente essa clareza como intuição, certeza, fé, e a partir dela age, reforçando o novo pensar, o que chama uma nova e melhor resposta/manifestação.
Você pode definir a pergunta que você quiser, absolutamente qualquer coisa.
  • Por que sou tão rico?
  • Por que sei qual o meu objetivo de vida?
  • Por que me rendo completamente à divindade?
Usando as aformações você pode ter muitas surpresas.  Como disse, tudo que persiste, perdura, então faça sempre as aformações, diariamente. Posso garantir-lhes que realmente funciona.
Espero que agora fique claro, de uma forma bem simples, o que são as aformações que tanto falo.
Lembre-se, a Porta sempre está aberta e tudo aquilo que você deseja virá até você. Pode usar isso de forma consciente ou de forma inconsciente, a escolha é sua.
Fiquem na PAZ do “EU”

CONSELHOS DO GUIA

Eva Broch Pierrakos (Viena,1915 - New York, 1979) foi uma médium austríaca, radicada nos EUA, que canalizou os ensinamentos de uma entidade espiritual (chamado "O Guia") que, posteriormente, foram compilados na forma de 258 palestras (The Pathwork Guide Lectures) e constituem os fundamentos do caminho espiritual conhecido como Pathwork. Foi casada com o psiquiatra John Pierrakos.
O Pathwork é uma metodologia espiritual desenvolvida a partir dos ensinamentos que foram canalizados pelo guia espiritual de Eva, sendo considerado como um caminho espiritual de auto-purificação e auto-transformação envolvendo todos os níveis de consciência.

 

Conselhos do Guia

 

“A prece é o prelúdio da meditação. A prece envolve apenas pensamentos. A meditação é a prece que envolve os sentimentos e as forças da alma, ao contrário das forças do pensamento. Para atingir esse segundo passo, mais avançado, o homem precisa de certa disciplina e concentração, que aprende através da prece.”

Pw 009 - Prece e Meditação: O Pai Nosso

 

“Não são apenas aquelas características comumente chamadas faltas ou defeitos que são um obstáculo para você e que portanto indiretamente fazem mal aos outros, mas também os seus medos, que não são geralmente considerados defeitos. Você não se dá conta de que os seus medos causam um grande dano, não apenas na sua própria vida, mas também na vida de outros. Eles também ocultam a sua luz de amor, compreensão e verdade.”

Pw 026 – Descubra Seus Defeitos

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“Vocês não precisam ser perfeitos para se respeitarem. Basta ter uma atitude realista com relação às imperfeições e adotar uma atitude construtiva com relação a elas. Quando mais se firmar o respeito próprio, menos vocês terão necessidade do respeito dos outros, pois se sentirão seguros interiormente. E isso mudará de tal forma a atitude interior e as emanações que vocês exercerão um efeito diferente sobre os outros assim será muito mais fácil o ambiente dar a vocês o amor e o respeito desejados.”

Pw 031 – A Vergonha


“A verdadeira dignidade só pode existir ao lado da total humildade. Aquele cujas correntes do ego são tão fortes que sua vontade fala primeiro deve, necessariamente ser orgulhoso. E essa pessoa não tem dignidade. Na medida em que a teimosia, o orgulho, a vaidade, o egoísmo estão presentes na alma, trazendo necessariamente o medo em sua esteira, a dignidade não pode existir.”

Pw 037 – Aceitação, o Modo Certo e o Errado – Dignidade na Humildade

 
“Tente achar o pequeno grão de imperfeição em você mesmo ao invés de concentrar-se na montanha do outro. Porque é o seu próprio grão insalubre de inverdade que lhe rouba a paz e jamais a montanha de erro da outra pessoa.”
 
Pw 042 – Imagens – Os Danos Que Causam

 
“Volte-se para dentro, na direção das suas próprias reações internas quando se sentir injustamente tratado ou magoado. E quando você vê o núcleo do seu próprio erro interior, toda fricção entre você e os seus irmãos desaparece como a neve sob o sol e vocês serão capazes de se unir com compreensão e amor.

Pw 043 – Os Três Tipos de Personalidade

 

  “Seu eu verdadeiro encontra-se freqüentemente escondido atrás de um muro de pedra. E esse não representa a maldade, nem mesmo o egoísmo. Não é, tampouco, o medo de se machucar ou de ser desapontado. Tudo isso contribui, mas num grau menor. Os principais componentes desse muro por trás do qual vocês escondem seu verdadeiro ser é a vergonha de fraquezas imaginárias, a vergonha de si próprios com toda a ternura e compreensão; com toda a simpatia e vulnerabilidade de seu coração amoroso.”

Pw 066 – A Vergonha do Eu Superior
 

 

Para saber mais: www.pathworkbrasil.com.br

 

terça-feira, 17 de maio de 2011

O Espaço

     
   Do mesmo modo que o som não pode existir sem o silêncio, nenhuma coisa pode existir sem o nada, sem o espaço vazio. Cada objeto material ou cada corpo veio do nada, é cercado pelo nada e vai voltar para o nada. Até mesmo no interior de cada corpo físico existe muito mais “nada” do que “algo”.
   Os físicos nos dizem que a solidez da matéria é uma ilusão. Até matéria aparentemente sólida, como o nosso corpo, é quase 100 por cento espaço
vazio, tão grandes são as distâncias entre os átomos em comparação com o tamanho deles. Além disso, mesmo no interior de cada átomo, a maior parte é
de espaço vazio. O que resta é mais como uma freqüência vibracional do que partículas de matéria sólida, mais como uma nota musical. Os budistas sabem disso há mais de 2.500 anos. “Forma é o vazio, o vazio é forma”, afirma o Sutra do Coração, também conhecido como o Sutra da Sabedoria, um dos mais
antigos e conhecidos textos budistas. A essência de todas as coisas é o vazio.
    O Não Manifesto não se apresenta nesse mundo só como silêncio. Ele também é o espaço que perpassa todo o universo físico, por dentro e por fora.
É tão fácil de não percebermos quanto o silêncio. Todos nós prestamos atenção às coisas no espaço, mas quem presta atenção ao próprio espaço?


Eckhart Tolle em "O Poder do Agora - Um Guia para a Iluminação Espiritual"

Lamentar é perda de tempo



      Lamentar, a maior perda de tempo do mundo
A lamentação surge quando resistimos à realidade da forma como ela se apresenta no presente ou quando não aceitamos algo que passou. Por exemplo: estamos em um engarrafamento e surgem vários pensamentos de irritação, raiva e impaciência. É a resistência à realidade da forma como ela se apresenta. Não faz o engarrafamento se acabar, e traz sentimento de infelicidade. É totalmente inútil.
É o desejo de que algo fosse diferente, só que não é. A realidade está ali e nos sentimos frustrados, impotentes e irritados.
Outros exemplos: alguém marca um compromisso e não aparece. Você compra um eletrodoméstico e chega em casa ele está quebrado. Você sai de casa e quando chega ao destino percebe que esqueceu uma coisa importante que deveria ter levado. Você perdeu dinheiro em uma aplicação financeira. O carro quebrou e surgiu um gasto inesperado. O pneu do carro está furado. A faxineira não veio. Faltou água. A energia acabou. O despertador não tocou. Fizemos um esforço enorme pra concretizar algo e acabou não dando certo. O computador deu pau.  O filho fez uma mal criação. Você está há meia hora no telefone falando com várias atendentes da sua operadora de celular e nada está se resolvendo. Aliás, você liga pra tentar falar com uma atendente e só consegue falar com a máquina. O prato do restaurante veio errado. Você pediu pra vir sem cebola, só que veio com bastante cebola. São inúmeras as situações que nos causam sofrimento porque resistimos a elas quando elas se apresentam.
Qualquer que seja a realidade que se apresenta, quando resistimos a ela, nós sofremos. Se aceitarmos aquela realidade da forma como ela se apresenta o sofrimento desaparece. Se aceitarmos “profunda e completamente”, nos sentiremos em paz.
É claro que é fácil falar e difícil de fazer. Quando eu falo de aceitação da realidade, isso não quer dizer que vamos nos tornar uma pessoa passiva. Você deve continuar tendo o desejo de ter uma situação melhor e tomando ações para conseguir uma vida melhor, mas sem que isso lhe traga sofrimento com a sua realidade atual. Você deseja que o engarrafamento acabe, é apenas uma preferência, e não uma necessidade que causa raiva e descontentamento.
Existe uma diferença entre preferir e necessitar. Entender essa diferença pode aliviar o sofrimento e ajudar na aceitação da realidade. Para não sofrer nessas situações temos somente duas opções. Ou mudamos imediatamente (ex: sair da fila do banco e ir fazer outra coisa para depois retornar em outro momento de fila menor) ou então, caso não seja possível mudar naquele momento, aceitamos incondicionalmente o que está ocorrendo.
A não aceitação da realidade é uma das causas de maior sofrimento no ser humano. Observe também que sofremos quando vemos algo na televisão: uma notícia ruim, seja uma tragédia, corrupção, injustiça, pelo fato de resistirmos a realidade, ao que é. Pelo desejo de que não tivesse acontecido, que fosse diferente, mas não é. Repito, isso não quer dizer que vamos ser passivos e que nunca vamos tomar atitudes. Mas podemos fazer isso nos sentindo em paz.
A lamentação do passado também segue o mesmo princípio. Como seria bom que meus pais tivessem sido de tal forma. Ah, se eu não tivesse perdido aquela oportunidade. Fulano me roubou. Tal episódio que passei foi uma injustiça... remoemos o passado, desejando que tivesse sido diferente. Resistimos à realidade do que foi e assim sofremos.
Tenho uma cliente em tratamento que trouxe uma queixa enorme pra sessão. Uma coisa que estava causando profunda angustia e infelicidade a cada instante: seu apartamento é muito pequeno. Fica a duas quadras do shopping. Mas é muito pequeno. Tem vista para o mar. Mas no quarto não cabe uma poltrona. Dá pra ir andando até a praia. Mas o que importa é que o apartamento é pequeno. A área valoriza acima da média a cada ano. Mas o que importa isso se o apartamento é pequeno?
Lamuriar causa depressão, ou alimenta a depressão. Então, pare de se lamuriar e viva mais feliz!

Por André Lima em www.eftbr.com.br

sábado, 14 de maio de 2011

POLUIÇÃO EXTERNA


Você não está satisfeito com as atividades que desempenha? Talvez não goste do seu trabalho ou tenha se aborrecido por ter concordado em fazer alguma coisa, embora parte de você não goste e ofereça resistência. Tem algum ressentimento oculto em relação a alguém próximo a você? Percebe que a energia que você desprende por conta disso tem efeitos tão prejudiciais, que você está contaminando a si mesmo e aos que estão ao seu redor. Dê uma olhada dentro de você. Existe algum leve traço de ressentimento ou má vontade? Se existe, observe-o, observe-o, observe-o, tanto no nível mental quanto no emocional. Que tipo de pensamentos a sua mente está criando em torno dessa situação? Depois, observe a sua emoção, que é a reação do corpo a esses pensamentos. Sinta a emoção. Ela lhe parece agradável ou não? É uma energia que você escolheria para ter dentro de você? Você tem escolha?
Talvez a atividade seja tediosa, ou alguém próximo a você seja desonesto, irritante ou inconsciente, mas tudo isso é irrelevante. Não faz a menor diferença se os seus pensamentos e emoções a respeito da situação tenham ou não uma justificativa. O fato é que você está resistindo ao que é. Está transformando o momento atual num inimigo. Está criando infelicidade, um conflito entre o interior e o exterior. A sua infelicidade está poluindo não só o seu próprio ser interior e daqueles a sua volta, como também a psique coletiva humana, da qual você é uma parte inseparável.
A poluição do planeta é apenas um reflexo externo de uma poluição interior psíquica gerada por milhões de indivíduos inconscientes, sem a menor responsabilidade pelos espaços que trazem dentro de si.
Você pode parar de executar a tarefa que está lhe causando insatisfação, falar com a pessoa envolvida e expressar todos os seus sentimentos, oulivrar-se da negatividade que a sua mente criou em volta da situação e que não serve a nenhum propósito, exceto e de fortalecer um falso sentido do eu interior. É importante reconhecer essa inutilidade. A negatividade nunca é o melhor caminho para lidar com qualquer situação. Na verdade, na maior parte dos casos, ela nos paralisabloqueando qualquer mudança verdadeira. Qualquer coisa feita com uma energia negativa será contaminada por ela e dará origem a mais sofrimento. Além disso, qualquer estado interior negativo é contagioso, po is a infelicidade se espalha mais rapidamente do que uma doença física. Pela lei da ressonância, ela detona e alimenta a negatividade latente nos outros, a menos que sejam imunes, quer dizer, altamente conscientes.
Você está poluindo o mundo ou limpando a sujeira? Você é responsável pelo seu espaço interior, da mesma forma que é responsável pelo planeta. Assim no interior, assim no exterior: Se os seres humanos limparem a poluição interior, deixarão então de criar a poluição externa.


Eckhart Tolle em "O Poder do Agora - Um Guia para a Iluminação Espiritual"

Um ponto dentro de você

A sabedoria dos filmes